sábado, 18 de dezembro de 2010

Odeio homens com mãos pequenas

Odeio homens com mãos pequenas. 
Odeio homens com dedos de mulher, sem ombros definidos e odeio homens que desconhecem o mundo musical e o mundo cinematográfico. Por exemplo, os homens do futebol (só do futebol), sempre me fizeram confusão. Sempre achei uma característica de alguém pobre de espírito, que nunca se dedicou a cultivar outras áreas do cérebro ou até mesmo da sua vida. 
Odeio homens que têm alguém como ídolo. Parecem seguir os passos de alguém que gostariam de ser, e no entanto esquecem-se de investir na sua própria personalidade, estilo, gosto, presença. 
Odeio quando acham o que sabem o que se passa pela minha cabeça, pelo meu mundo. 
No fundo, ninguém sabe. Com tanto ruído pelo mundo, às vezes nem eu sei. Não consigo ouvir a raiz das coisas, com tantos obstáculos aos sentidos que possuímos. 
Odeio ter que dizer que te amo, só porque me ofereces -te uma coisa bonita e já passaram três meses sem que ouvisses uma única palavra definitiva de afecto minha. Pode ser complicado estar comigo. 
Odeio ter que parecer bem quando não estou, e odeio ainda mais, ter que me conformar com coisas que não quero perto de mim. Um dia não vou ter que estar aqui, penso. Um dia, vou estar onde quero, com quem quero, e o resto será o que será. 
Odeio rimas baratas, odeio betinhos que curtem de house porque é fashion, odeio perfumes desportivos, excepto um ou outro, odeio não conseguir deixar de fumar permanentemente. 
Odeio o frio, embora adore todos os valores que erguem as cidades mais friorentas do mundo. 
Odeio americanos incultos, generalistas, consumistas. Odeio todos os que não pensam por si sós, cobardes diurnos, corajosos nocturnos. Odeio exibicionismo, de coisas ou pessoas. Odeio o cinismo, embora fundamental em tantas ocasiões. Odeio palmadas de consolo, desprezo palavras automáticas, olhares hipócritas. Odeio que o tempo passe, adoro o que o tempo traz. Odeio maõs pequenas, pensamentos pequenos, objectivos curtos. Odeio que a ambiç\ao de algum consiga cegar o homem do amor, e odeio que o amor consiga cegar ambição de um homem. Odeio pessoas sem esperança, embora consiga compreende-las por vezes. Odeio que no meio de tantos, haja tão poucos. Odeio que que o dia acabe as 17:45. Odeio quem passe um natal sozinho, odeio por vezes este triste caminho... 
 

sábado, 4 de dezembro de 2010

José e Pílar

"Eu tenho ideias para romances, ela tem ideias para a vida", reflecte Saramago sobre a sua vida com Pilar.
Um homem uma mulher. Um português e uma espanhola. Um vida, uma história de amor e cumplicidade.

Miguel Gonçalves Mendes, o realizador deste documentário, é um homem com uma visão singular, que teve o privilégio de acompanhar parte do percurso de José Saramago e Pilár del Rio.
Antes de ver o filme, pensei cá para o meu eu irónico " isto deve ser uma bela merda de uma homenagem à morte de Saramago" e nunca me apercebi até após o visionamento, que foi sim uma homenagem, mas à vida e obras deste escritor inigualável, irreverente e humilde, e à sua mulher, de uma força insubstituível, Pilar.
Há dias falara com o meu pai acerca do filme, do homem, da escrita de José, e o meu pai dissera afincadamente como um homem de sua geração "Não gosto de Saramago. Nunca gostei da escrita, da sua personalidade e das barbaridades que dizia. Já sei que te apaixonas te pelo filme, mas não quero que um documentário me amoleça este pequeno desaforo que mantenho com Saramago" disse sorrindo.
Acredito que a maior parte dos portugueses partilhem desta opinião sem nunca sequer terem lido um livro de José Saramago, sem nunca terem seguido os seus artigos de opinião no Diário de Noticias, sem nunca terem lido as suas crónicas e folhas de pensamentos soltos no seu blog...
Sinto pena por todos vós, que através dessa indiferença, não souberam preservar em vida, o trabalho e empenho deste homem por um mundo segundo as suas causas, segundo as suas paixões:  a escrita, Pílar e Lanzarote.
Portugal devia sentir vergonha, por ter lidado mal com um dos seus heróis, reconhecido pelo mundo inteiro, e fortemente aclamado pelas suas obras.
Graças a Deus, a uma mulher como Pílar del Rio, estar perto de um senhor tão peculiar, e tão humano como Saramago. A sua cumplicidade, e a sua missão de nunca desistir contra tudo e todos, foi captada na perfeição no documentário de Miguel Gonçalves Mendes. Nunca eu, me tinha sentido tão perto de um artista tão sensível, tão vulnerável, e tão apaixonante, como através deste filme, que cá entre nós, é mais uma história de amor de um dos maiores escritores de língua portuguesa de todos os tempo. a nossa paixão de hoje, é pelo cinema. Ainda vão a tempo, de se apaixonar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nat King Cole

There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy
And sad of eye
But very wise
Was he
And then one day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me
The greatest thing
You'll ever learn
Is just to love
And be loved
In return

Piotr Anderszewski


Piotr, Piotr, Piotr...
Há tanto para dizer por detrás deste senhor, deste artista.
Ainda há tão poucos dias, cruzava o meu dia-a-da com um dos pianistas clássicos mais respeitados pelo mundo, sem saber o todo de sua obra... sem saber ou conhecer...
De certa forma no início, pensei que se tratava de um louco, de uma daquelas pessoas que viaja pelo mundo, que por sendo solitária e genial ao mesmo tempo, pensa que pode encher a cabeça de todos os que o rodeiam, sem a mínima sensação de conveniência.
No entanto, tudo ficou mais denso, mais profundo.
Nunca ninguém diria, que um génio deste calibre, tivesse não só uma casa no Príncipe Real (Lisboa), como também conhece disciplinadamente o sabor da nossa terra, do nosso vinho, do nosso mar, quase tão perfeitamente como qualquer português.
Surpreendente.
Um dia perguntei-lhe, em conversa, qual era a sua máxima de vida. Anderszewski responde apenas que é pianista por um acaso, que o único sentido de toda a sua vida, é degustar a comida por todo o mundo onde passa, e deixar-se levar ocasionalmente pelo som da música clássica e do fado.
Um pianista polaco, que vive entre Paris e Lisboa, consegue trazer uma caixa de surpresas por todo o lado onde vá. Até hoje, das pessoas mais fascinantes e humildes que conheci.
Não quero, de maneira alguma, esquecer o concerto que ele deu no Auditório Boa Nova, em São João, no seguimento do Estoril Film Festival 2010.
Aqui, fica a nossa paixão por Piotr Anderszewski e pela música que ele espalha, continuamente, pelo mundo inteiro.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Infância a Preto e Branco


Desejos:



  • to have a brighter sul

  • to live in an artistic field

  • to keep listening to the hotest music around the world. I repeat, the world's hotest music

  • to feel as a whole again, and again, and again

  • to keep searching for the best energies in people around the world, the city, the globe.

  • to remain the same wonder girl, full of light and life.

o amor no metropolitano lisboeta


Será que alguém notou que Roma ao contrário é Amor?

O princípio da Incerteza


Hoje decidi voltar a escrever.A deixar por escrito tudo aquilo que os meus olhos percorrem, e tudo aquilo que o meu corpo sente ardentemente. Já não há tempo, como dantes, para adiar este escrita cinematográfica, que me escorre da mente até ao papel.
Tudo aquilo que haveria tido sentido, é como que um vestígio do meu eu credor, esperançoso, jovem e ansioso. Sinto agora, mais do que nunca, de que o percurso de todas as peças é incerto. E é essa incerteza no nos move permanentemente.
Sinto o cheiro dessa incerteza cada vez que beijo um homem, olho para um amigo, converso com um familiar. É a incerteza. Ou até mesmo o princípio desta.
Por vezes gosto de pensar que a incerteza tem algum contributo no meu ser. É como que esta me colocasse numa posição, na qual, consigo obter uma nova perspectiva, um novo ângulo, um sentido. Sentido de humor, amor, razão. A incerteza muda o meu estado de espírito, de ser, de parecer "ser". Ela mata-me um pouco todos os dias, pois eu quero ter a certeza de tudo o que sou, estou, pareço.
Quero saber a certeza de um beijo, de um motivo, de um trabalho, de um amor.
Mas a incerteza é o começo de tudo.
Disso, tenho a certeza!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Onde estão os meus amigos?


"Paga-se a saudade com cartão de crédito
Táxi
Leva-me para onde está o meu amor
Táxi
Leva-me para lá de mim
Táxi
Atropela-me os sentidos e a alma para não deixar vestígios"



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Segurança

Começa a ficar tudo meio nebulado, incerto, no entanto ainda consciente.
Sabemos perfeitamente qual a direcção que escolhemos seguir, mas não queremos saber das consequências. principalmente das consequências a longo prazo.
Primeiro esquecemo-nos do aniversário do nosso melhor amigo. Conseguimos superar a situação com desculpas de tempo, trabalho, detalhes.paramos e recompensamos.
Segundo, passamos uma semana inteira à procura de algo, ou até mesmo alguém, que nos faça sentir aquele perfume da vida, aquela paixão platónica que nos rebenta os neurónios, causando um choque permanente no aparelho auditivo...
Mais um dia, passa-nos colado ao corpo uma ira de querer largar tudo, de nos voltarmos para a aquela puta, aquela puta tão pequena e tão grande ao mesmo tempo, que nos promete a eternidade na terra, no céu, na lua ;)
Puta de vida! pensamos quando se entorna a realidade fria sobre nós, sem lustro, brilho ou fantasia.
Triste.. talvez! A verdade é que entre a consciência e a inconsciência, andamos nós a brincar com os slides que a vida nos traz, episódios colados, agrafados, apagados e substituídos, ao longo do passar dos anos.
Mas aquela puta continua perto, com uma voz bem fininha no nosso ouvido, essa puta tão bem disfarçada, que ninguém lhe conotaria como putaria...
E ai de que lhe acertar com pontaria, pode ser que se arrependa com a vida, tão curta e tão bela, que não merece estar rodeada de cabrões e de putas, à volta do puro sabor de viver.
Com tantas palavras por escrever, vamos fazer essa puta deixar-se ver.. lentamente, com o tempo e a erosão, que lhe darão características tão deselegantes, desinteressantes aos que mais amam a vida, e o que esta nos trás, com o decorrer das estações do ano.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Thirteen"


"She was crippled.
But only her body was cracked.
It's not simple.
Nor is it an easy matter to explain.
"So, let's just leave it at that", she says.
And closes the holy book of lies.
She covers her eyes, denying to herself what she thought happened"

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Liberdade

Será que algum dia será possível chegar a um simples supermercado e pedir a poção da liberdade?
Será que haverá um conjunto de farmacêuticos que a saibam criar sem contra indicações e sem pressões do Estado sobre o químico, e esta poderá revolucionar a vida de todos os que estão presos a algo por um motivo mais forte, que o amor-próprio?
Corro o risco de soar egoísta, no entanto consigo por momentos, imaginar um mundo em que as pessoas são livres de obstáculos, de obrigações e compromissos inadiáveis, e que através da liberdade que lhes é concebida, seguem somente o rumo que lhes indica o coração, os olhos, o peito.
É uma utopia bem sei. Mas todos vivemos de alguma dose diária de utopias.
Ser belo, ser alto, ser grande, se extraordinário, ser de bem, ser tudo e nada ao mesmo tempo.
Andamos todos a fazer por viver os nossos sonhos, e os sonhos dos outros. Mas não conseguimos viver em conformidade com tantas outras coisas.
Estes dilemas, estas máximas que impomos, por vezes, conseguem quebrar o espíritos dos mais fracos (psicologicamente escrevendo).
Por vezes conseguem até, se impostas cedo demais, destruir as mais puras teias sonhadoras de um jovem que não tem meios para atingir os seus fins...
Depois de certa forma, entramos num patamar da vida que gostamos de viver a saudade, de viver o passado feliz, jovem e dinâmico de outrora.
No entanto, não temos que ser o reflexo dos nossos pais, de viver os sonhos dos outros, de viver de compromissos inadiáveis, de sermos o que todos esperam de nós.
Podemos optar por seguir caminhos diferentes, junto da família que escolhemos, e junto dos que nos inspiram a sermos nós próprios todos os dias, e que saibamos sempre canalizar a nossa paixão, o nosso mundo, para quem estiver aberta a senti-la, porque a vida é tão curta, que perdermos tempo a canalizar energia para paredes sem vida, para jardins secos, quadros mortos, acabaremos por perder o melhor da vida... a Liberdade de Escolha.
A nossa paixão é a Liberdade, e a tua?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Trials of Life

Passarem anos desde o dia que tracei uma linha no chão, e que jurei a minha mesma segui-la até ao fim da minha motivação. Há alturas que temos que traçar um percurso, mesmo que por outras circunstâncias exteriores ele possa modificar, e juramos a nós próprio terminá-lo, nem que nos custe parte da vida, da personalidade, do ritmo, do sonho.
Um dos percursos terminou, e pensava eu que fosse o mais difícil.
Engano-me quando penso que foi o mais difícil, pois virão forças exteriores muito mais agressivas que esta, e me dirão mil vezes que não posso, que não devo, que não tenho idade, que não tenho tempo.
Parece-me por vezes que com apenas 22 anos, já não tenho tempo para viver, para descobrir, para sonhar. Não é que seja ingrata, ou que tenha cordas nos meus pulsos, mas sinto chegar à distância, um ruir de problemas, de obstáculos, de percalços instáveis.
Instabilidade: para mim sinónimo de insegurança, de falta de dinheiro, falta de bases amorosas, falta de certezas, de rédeas.
Como tudo pode ser sarcasticamente irónico!
No pano de fundo da vida resto-nos apenas imaginar o nosso futuro, e que a tela do nosso percurso seja colorida o suficiente, para que após termos partido, possa ser vista por gerações e gerações na família, nos amigos, na arte individual de cada um.
O percurso de cada um, na minha perspectiva, é medido pela honestidade a franqueza dos seus actos. E cada um pode ser o que quiser, e fazer o que quiser, desde que procure a verdade e a sensatez nas palavras, nos gestos, nas intenções.
Tudo o resto são cinzas, que fertilizam a terra que será a base dos nossos filhos e netos.
O sentido não existe se perseguido, acontece.
A paixão do dia de hoje é discreta, e no entanto nada menos subtil que um raio de sol, num dia de vento.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Legendary Tiger Man, won't you be my man?


Quem é o homem por detrás dos Ray Ban?
Será Wraygunn, será Armando Teixeira, Legendary Tiger Man, ou apenas Paulo Furtado?
Porque é que mesmo assim, com um artista nacional multi facetado, por entre artes musicais únicas e um blues inconfundível, há imensos portugueses que desconhecem o seu talento, ou seu trabalho?
Um dia tudo isto acabará, por segundo a minha opinião Paulo Furtado será um dos maiores artistas do país, e será finalmente reconhecido pela sua postura no mundo da música, do cinema, da fotografia...
Basta paramos um segundo para reflectir sobre o seu trabalho, e conseguimos claramente entender com um dos nossos melhores sentidos, a audição, que este "senhor" tem uma escola musical extraordinária.
Deixando os elogios ao caro artista para trás, acredito que o último disco de Paulo Furtado "Femina", é capaz de ser das melhores compilações portugueses dos últimos anos.
Não me lembro de ouvir algo tão peculiar mas tão estimulante como as músicas deste disco, que contém as colaborações maravilhosas (repito: maravilhosas) de Cibelle, Rita Redshoes, Claudia Efe, Lisa Kekaule, Peaches, Maria de Medeiros, Becky Lee, entre outras.
Femina, representa o lado feminino do artista Paulo Furtado, que conseguiu juntas uma elite de vocalistas nacionais e internacionais (até mesmo a actriz Maria de Medeiros), num projecto musical nacional desigual.
Aos que não conhecem, que se apressem a conhecer a sentir o blues, o rock, o pop, de Paulo Furtado.
E se um dia o encontrarem no metro como eu, limitem-se a sentir a energia de um artista introvertido, que em palco ou na tela ("On the road to femina" de Jorge Quintela), consegue fascinar qualquer audiófilo.
A não perder, no dia 10, no Optimus Alive, com todas as suas convidadas.
Um momento único, no melhor festival do ano.
"Don't you wanna know?"...

domingo, 13 de junho de 2010

Motives and Thoughts

Rotating bodies, confusion of sound
Negative imagery, holding us down
Social delusion, clearly constructed
Human condition, morals corrupted
Trapped in reaction, lawlessness war
Dissatisfaction from bowels to core
Devil’s technology, strategy for
Human mythologies, urban folklore
Sick of psychology, counterfeit cure
Wicked theology, robbing the poor
Scheme demonology mislead the pure
Strictly strategically studying war
Light shown in darkness, image exposed
Few can see through the new emperor’s clothes
Lustful this hustle turn humans to hoes
When the blind lead the blind
Just more trouble and woes
It’s the mind that they chose
Its designed to stay closed
Standard of jokers, court just a logic
Sick looking cosmics, from schoolyards to college

Primitive man with civilize knowledge
System collapse and he still won’t acknowledge

God is the saviour, studies behavior
Trying to fix the mix mind that he gave ya
Stiff-necked scholars on prescription meds
Wishing their problems were all in their heads
Morale dilemma, pride is the root
Misguided from youth, heart divided from truth
Egyptians and Grecians, spiritually dead
Imperially led, by the gods in their heads

Motives and thoughts

Industrial wealth
Global economy, in it for self
Heart full of madness, covered with kind
Pleasure designed to take over your mind
Furnished in godliness, painted in good
This tainted priesthood got real saints misunderstood
While classes in government, set up the veil
And cultivate minds for more mythical tales
Typical Hollywood follies good girl
While vice and corruption take over the world

Motives and thoughts
Check your motives and thoughts

Blind with the wickedness, deep in your heart
Modern day wickedness is all youve been taught
Lied to your neighbors, so you get ahead
Modern day trickery is all youve been fed

Motives and thoughts
Check your motives and thoughts

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A Raiva e o Orgulho


"Há momentos na vida em que calar se torna uma culpa e falar uma obrigação. Um dever cívico, um desafio moral, um imperativo categórico a que não podemos fugir"

domingo, 16 de maio de 2010

Carlos Drummond de Andrade

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

domingo, 9 de maio de 2010

Chiado After Work


Lisboa

Partir a loiça no Chiado depois do trabalho

O que seria se ao fim de um dia de trabalho pudesse ir ao Chiado beber um copo, ver o pôr do Sol, fazer compras e... descarregar o stress partindo um prato contra uma parede? Tudo isto será possível a partir de amanhã.

A Associação Valorização do Chiado (AVC) promove um programa de animação contínua, o Chiado After Work 2010. A AVC reabre as portas da antiga Pastelaria Marques, na Rua Garrett, que terá 13 espaços que vão acolher projectos contemporâneos de áreas de expressão criativa, novos talentos da arte e do design.

A instalação terá uma cafetaria, uma livraria, uma loja de música, o Cinema Garrett (sala de cinema com filmes e documentários de realizadores portugueses) e um espaço para realização de workshops e conferências. Hugo Israel foi o artista escolhido para desenvolver uma intervenção artística que materializasse o conceito desta iniciativa.

Chama-se "Prato do dia: Burnout", e desafia os visitantes do Chiado a viverem para além do trabalho e a libertarem as emoções reprimidas, numa acção performativa que explora a arte enquanto acção regeneradora e um recurso terapêutico anti-stress. E convida a partir pratos. Também há música, cinema, arte, tudo a partir das 18.00. As lojas estão abertas até às 21.00.

James Douglas Morrison

Watching whitecaps roll into the ocean of blue.
With a smile on my face just thinking of you.
The sweet memories, the tender moments we've shared.
They caress me like the soft breeze that fills the air.
The loving feeling I get when I hold your hand.
The summer night when we walked in the sand.
Waves splashing on the rocks along the shoreline.
Brings tears to my eyes knowing that your mine.
Sharing a love like ours my happy heart sighs.
Watching the violet clouds carelessly floating by.

terça-feira, 27 de abril de 2010

IndieLisboa 2010

Por voltas das 11 da manhã de ontem, um jornalista inglês, oriundo de Bristol, decidiu dirigir-se ao meu posto de trabalho no São Jorge. Uma das bilheteiras centrais do Indie.
Em primeiro lugar, pediu-me algumas sugestões sobre os filmes e as curtas-metragens.
Em seguida, senti uma grande empatia ao falarmos do jornalismo, de Criquet, e de viagens.
Concordá-mos acerca do mundo jornalístico hoje em dia, e mandamos imensas gargalhadas sobre acasos fascinantes da sua vida jornalística.
Encontrá-mos um brilho nos olhos um no outro, que apesar da diferença de idade, da diferença de línguas, de mundos e de escritas, o brilho era igual. A paixão pelo mundo, pela arte, pelo cinema independente que traz a liberdade de criação cinematográfica, e uma maior amplitude de produção de sentidos, de perspectivas, de olhares, de conhecimentos.
Simon Fry, trouxe-me à vida, com uma conversa que poderia ter sido:

"hello good morning! Can i please get a ticket to the short films nr 6?"
"Certainly sir. the ticket is for today's sessions at 19.30, here in São Jorge, room number 1.
Would like anything else?"
No thank you. Have a nice day"
(e se ele fosse um puro puro inglês diria por fim)
"ta ta" =)

E no entanto foi:

"Hello, could you give some recommendations for today's films?"
"of course! I can see you're a journalist in England. How is it turning out over there?
I'm doing an internship in DN too, just about this avenue... =P"
"Oh really, i'd like to make a story on indie's volunteers, and i think you'd be a perfect direction for my story..would you mind?"
"Not at all Simon. Go ahead, ask whatever comes up to your mind"

E tudo foi correndo tão bem de tal forma, que apareceram mais e mais clientes, e o Simon continuou a fazer uma história sobre uma mera finalista de jornalismo, actual estagiária do Dn, actual voluntária do Indie, que supostamente será publicada na sua revista de uma companhia de aviões, em www.Finnair.com.

Decidiu ir passear à baixa pombalina quando estavam cerca de 30 graus em plena Lisboa, e apenas 5 minutos antes do meu turno terminar, Simon reaparece das ondas de calor que circulavam em Lisboa, e com uma expressão feliz com o festival, com o seu trabalho, e talvez até mesmo a família, quis tirar uma fotografia a mim e à minha colega Sara (colega de bilheteira).

Agradeceu a conversa que tinhamos tido anteriormente, e partilhou a vontade de retornar a Lisboa na altura do DocLisboa.

Acasos, acasos, que nos trazem à vida, e aqui no blog temos pena a quem não lhes dá valor o suficiente. Há mil formas de encarar uma situação como esta, mas só uma de a viver. Inteiramente!

A paixão pelo mundo, pela vida, pelo céu está por toda a parte.
Procurem-na sempre, nunca deixem de suspirar por mais, porque no dia que isso acontecer meus queridos, acabaram de desistir de viver uma vida apaixonante (e isto não significa em ressalto, mas sim intelectualmente e emocionalmente fresca e aberta).

Desejo-vos um óptimo dia 27 de Abril, com 36 graus na Avenida da Liberdade e espero sinceramente que aproveitam o vosso dia como se fosse o último. Pois talvez o amanha, consiga superar ainda, a felicidade e a paixão, do dia de hoje.

sábado, 3 de abril de 2010

O Sonho


"Julgar-se-ia bem mais correctamente um homem por aquilo que ele sonha do que por aquilo que ele pensa"

terça-feira, 16 de março de 2010

Grito de Alma

Vem de séculos, alma, essa orgulhosa casta,

Repudiando a dor, tripudiando a lei.

Num gesto de altivez que em onda leva arrasta

Inteiras gerações de amaldiçoada grei.





Ir procurar, amor, nessa altivez madrasta,

Um gesto de carinho ou de brandura, eu sei?

Ao tigre dos juncais, duma crueza vasta,

Quem há que roube a presa? Aponta-me e eu irei!





Cruel destino o meu, que ao meu caminho trouxe

Na fulgurante luz do teu olhar tão doce

À mágoa minha eterna, a minha eterna dor.





Vai. Segue o teu destino. A onda quer-te e passa.

Vai com ela cantar o orgulho da tua raça

Que eu ficarei cantando o nosso eterno amor ...

Gustavo Santaolalla


"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza".
Pablo Neruda

To be or not to be precious?

Já algum de vocês ouviu falar deste filme? É que pelo que tinha ouvido falar fiquei com a impressão completamente errada do filme.
Achava que era uma história à cerca da Oprah Winfrey, da sua vida em cinema, e no entanto descobri que ela é somente a produtora executiva do filme, e que a história é um romance de uma tal Sapphire que até agora nem o IMDB sabe bem quem ela é. excepto que vem da Califórnia. (e todos a pensarmos que esta história só poderia vir de um puro New Yorker).
Anyways, é uma história como muitas outras que ouvimos na rádio, e vimos no cinema, de uma pobre rapariga que engravida duas vezes pelo seu pai, e que a sua mãe a mal trata toda a vida por se sentir trocado pelo amor (obsessão do marido) em relação à filha.
Estudar e criar filhos no meio do enredo, luta, raiva, mentiras e muitos palavrões, acabam por preencher o ecrã, e encher a nossa mente de ódio por pessoas que criam os filhos nestes ambientes. No entanto a única e aparente satisfação, parece ser que a tal de "Precious", a protagonista, não aprendeu nada enquanto roadeada naquele ambiente doloroso familiar, e começa somente a assimilar o gosto pela vida, e pelo amor (que nunca sentiu rodear a sua própria vida), quando arranja condições para educar-se a si própria, tal como, os seus filhos.
Para uns é mais uma história, quase como o foi para mim até ao último lettering que o director colocou.... "for all the precious girls everywhere".
O filme pode não ser aquilo do que estava à espera, mais foi irremediavelmente apaixonante.
Esta noite, a paixão, foi pelo cinema.

domingo, 7 de março de 2010

i will be blessed


If the sun
Refused to shine
Down on me
'Till the end of time
As long as i have your caress
Your tenderness
I will be blessed

If the stars
Refused their light
Just for me
They stayed out of sight
If you say you love me best
I won't care less
I will be blessed

If the wind won't blow your name
Until i'm still
I will
If it's whispered from above
The highest hill
I will

If the moon
Up in the sky
Turned its face
From the lonely eye
I could never be distressed
Or love you less
I will be blessed

segunda-feira, 1 de março de 2010

Flying Lotus

É tão bom descobrir músicos como estes num dia chuvoso!
Como é tão bom ler poesia contemporânea, de José Luis Peixoto, de Al Berto, de Mos Def, de Common (duas esferas completamente diferentes) e acompanhar com estas fusões de hip-hop, de trip-hop, de música electrónica e de jazz.
As músicas do LP "Los Angeles" podem produzir várias curtas metragens na mente de qualquer audiófilo atento, e encaminharem-no a uma atmosfera completamente distante da realidade.
Artistas, músicos, e produtores como este, Mr. Flying Lotus (ou FlyLo como já fi chamado), só consigo comparar a Fat Jon, Madlib, De-Phazz e pouco mais. fica tanto por desejar depois de conseguir-mos arranjar uma narrativa para os sons desconstrutivos de FlyLo.
Para os mais curiosos, fiquem atentos a este músico de Los Angeles, California.
Ficamos à espera de um concerto destes no MusicBox, ou até mesmo no Crew Hassan =p.
Quem sabe puxamos uns cordelinhos e o Mr. Magic virá a Portugal....

A paixão, hoje, é pela música.
xxx

O Velho e o Mar

"All things truly wicked start from innocence."

"An intelligent man is sometimes forced to be drunk to spend time with his fools."

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Paixão


Paixão
s. f.
1. Impressão viva.
2. Perturbação ou movimento desordenado do ânimo.
3. Grande inclinação ou predilecção!predilecção.
4. Afecto violento, amor ardente.
5. O objecto desse amor.

Há uns meses, temos falado sobre paixão no cinema, na música, na pintura, na cidade de Salzburgo, na Invicta, em Lisboa, em Carcavelos, no mundo....

Quero deixar bem claro, que não há nada mais que isto em tudo o que persigo, tudo o que luto, tudo o que quero ser.

Se fosse possível, e mesmo não sendo posso imaginá-lo ser, que sou um ser que deixa trespassar as suas paixões para os outros e que neles se fermente um bichinho fogoso, ansioso por saber mais e mais até ao infinito, se possível, (porque na imaginação pelo menos tudo é possível) e esse bichinho é a paixão.

Nós não queremos mais vida sem vida, amor sem paixão, sacrifício sem te(n)são, caminhada sem conquista, maresia sem calor. Nós queremos tudo, e nada ao mesmo tempo.

Queremos sobrevoar sobre um sentimento permanente que só a paixão deixa rasto. É como que um delírio permanente, um toque de fascinação!

A quem acompanha a vida do mesmo modo, solteiro ou não, apaixonando ou não, trabalhador ou não, o que importa é a paixão que depositamos em tudo o que fazemos. O resto acontece, se espalharmos a magia do bichinho da paixão, que nunca me larga, nem nos dias mais enevoados como este, para vir escrever aqui, partilhar aqui, apaixonar-me aqui.

com amor vos deixo, com paixão vos procuro,

xxx

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Spinning

zero_7.jpg

Was it loneliness that brought you here
Broken and weak
Was it tiredness that made you sleep
Have you lost your will to speak
Was the earth spinning round
Were you falling through the ground
As the world came tumbling down
You prayed to God what have we done

Free me from these chains I need to change my way
Heal these broken wings I need to fly far away, far away, far away

Was it emptiness that made you weep
No more secrets to keep
Was it bitterness that gave you time
To forgive your sins
Was the earth spinning round
Were you falling through the ground
As the world came tumbling down
You prayed to God what have we done

Free me from these chains I need to change my way
Heal these broken wings I need to fly far away
Free me from these thoughts long forgotten down below
Take these angel's words give them life to carry on, carry on, carry on
Free me from these chains...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Cat Power

"When I was 21, I wanted to do interviews because I wanted to save the world. I still do. But half the time, I'm still trying to save myself first."

O medo depende da Imaginação; a Cobardia, do Carácter.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Porto Sentido

Passagem de Ano no Porto.

Itens a não esquecer: Comida; Bebida; Joana; Inês; Sara e Catarina; Dinheiro; Saco de Cama; Bom Som;

Palavra escolhida para esta journey: Perfeito!

Porquê? porque nunca houve nada que acontecesse de forma tão perfeita, fluída, natural.

Localização: Foz; Matosinhos;

Feeling: Disponível. Alegre. De paz com o mundo; feliz da vida;

Festa: Club Villa Porto (DiscoTexas.. e mais)

Filme: Almodôvar "Maus Hábitos", interiorização incompleta

Banda Sonora: Zé Aníbal (guitarra); Jô (microfone); Eu e inês (público)

Fotografia: Joana Melo; Sara Conde;

Momento mais engraçado: Video em casa do Zé

Momento menos engraçado: retorno a Lisboa

Particularidades: 4 meninas, duas da linha, e duas de lisboa, com a maior vontade de viver e curtir, despreocupadas com o mundo.

Surpresa: Terezinha na mesma festa que nós. O máximo.

Mensagem para 2010: que tudo seja tão perfeito, como a nossa passagem de ano.

Arrependimentos: devíamos ter ido ao Porto mais tempo.

Desejos: viver lá um perído de tempo da nossa vida

Porto: cidade inesquecível. revitalizou-nos as energias para o retorno à cidade de Lisboa.



Para mais informações, seguir rumo A1 sentido Porto, e dormir no carro se necessário.
Nunca perder a oportunidade de perseguir uma cidade, um sonho, um encanto, uma paixão.
Fundamental mesmo, é viver.

Bom ano,

Catarina xxx