Sem querer soar parcial, sem querer ser neutra,, vou tentar ser o mais franca possível neste texto, que é meu dever e honra.
Quero expor vos um artista peculiar, daqueles que poucos vêm, mas muitos sentiram após conhecerem, a sua cor, a sua força, a sua descoberta.
Nuno Madureira, 24 anos, é um menino da linha que há três anos veio arrombar a cidade de Lisboa. Impaciente e ecléctico, sempre sentiu a necessidade de se expressar por mais que um meio, daí também ter estudado Comunicação Social, onde lhe foram dados instrumentos fundamentais ao mundo político, económico e social de hoje em dia. Discreto, mas nem por isso menos arrojado, o artista realizou o seu primeiro sonho, que até há tão pouco tempo, nem fazia parte dos seus must-do's.
Entre do's and don'ts, ele fez o que tinha a fazer com a maior veracidade possível e imaginável. Entre luzes e sombras, num cafézinho chamado Café Dias, no Alto de Santo Amaro em Lisboa, estão cerca de 12 quadros em A4, pastel, que remetem para as circunstâncias ao redor do artista.
Num primeiro instante, a cor toma conta de nós, provocando várias sensações tumultuosas nos nossos sentidos.
Como Paul Klee, expressionista, cubista, futurista e surrealista que foi em sua obra e vida, Madureira seguiu o mote da cor, da força das linhas vibrantes e sombrias, que demonstram a sua técnica ainda tenra que esta seja, nunca tão pura.
Rainer Maria Rilke escreveu sobre Klee em 1921: “Mesmo se você não me tivesse contado que ele toca violino, eu teria adivinhado isto em várias ocasiões em que seus desenhos eram transcrições da música.”.
Como também no artista, Nuno Madureira, revemos a força da música, e do movimento nos seus traços mais robustos na tela.
Persistente, e cheio de paixão pelo mundo da pintura, saímos da exposição mais preenchidos do que pode ser uma nova expressão da arte contemporânea na cidade de Lisboa.
Nunca esquecer, nunca, que nos momentos de maior crise social e política, crescem os artistas mais eufóricos, mais revoltados, mais tremendos.
Uma exposição a explorar aos olhos de cada um que entre no Café Dias, esperançosamente, num dia tão caloroso e luminoso como no dia da sua inauguração.
Hoje a paixão é pela pintura.
Sem arte, não somos nada!
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