segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Intermitências


Dizem-nos desde jovens que o poder da escolha é nosso. Reside no ser humano, que aprende a distinguir o bem do mal, a certo do errado, o correcto do incorrecto.
Alguns por ventura, ensinam-nos a escolher o seguro, o estável, o duradouro, o previsível. 
Outros, não nos querem a pisar as linhas da normalidade, e pressionam-nos para o espontâneo, a novidade, o risco, a adrenalina. 
Qual das doutrinas a melhor? onde se encontra o equilíbrio das forças, que todos procuramos, encontramos e disputamos, dentro de nós?
Até que ponto, podemos querer ser tudo de todas as maneiras, e acabar por ser nada, por nunca termos feito uma escolha?
Sobre quem cai a responsabilidade de sermos inseguros, distraídos, convencidos, despreocupados, maduros , sensíveis, atenciosos, disponíveis?
As linhas que separam o certo do errado, estão cada vez mais curtas. Pois hoje em dia, parece haver justificações racionais para todas as más escolhas, atitudes, compromissos. 
Chego-me a questionar se haverá homens de palavra, mulheres de honra? Se haverá princípios de tal forma infiltrados no nosso ser, que nos impeçam de ser cruéis, injustos, preconceituosos... 
Questiono-me também sobre as amizades, que já não perduram como antigamente. A mudança é constante, e bem mais acelerada que há 20 anos atrás. Tudo é imprevisível, e nada, absolutamente nada é eterno."Quem espera sempre alcança", não existe no nosso mundo. Sem versatilidade, sem flexibilidades comportamental e espiritual, não somos ser dignos de viver neste planeta, de acordo com estas regras, e limites pessoais, internacionais, morais. 
A escolha parece ser mais ampla, mas no fundo é mais limitada. 
O amor parece ser maior, e no fundo é mais falso, e temporário. 
A amizade dita eterna, é uma fase da vida. 
Os nossos descendentes, nem sabem o que lhes espera neste mundo.
Se me perguntassem, se vale a pena escolher viver ou morrer, eu responderia que sim. Mas que apenas queria passar por este mundo como ser pensante uma vez, pois pela segunda, preferia viver como um animal que jamais cultiva o mal. 

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