Já ninguém pensa que estás lá até ao fim dos dias. Já ninguém espera por ti, ou nada que venhas de ti.
Ninguém quer saber absolutamente nada da tua existência, da tua palavra ou presença no mundo.
Tornaste-te num pobre miserável, que preserva ideais irrealistas e bem longínquos da realidade em que vives. Duvido que alguém se importe, se se passar alguma coisa contigo, e finalmente sentires que estás sozinho no mundo. Houve quem tivesse pena, da transformação que tomas-te, desde que penas que o mundo é só teu. Houve ainda, quem tivesse um coração tão puro, que te elevasse a uma estátua, rezando para que voltasses a ser quem eras, o teu verdadeiro eu.
No entanto os anos foram passando, e com o tempo, e as vidas a correrem, tornou-se simplesmente fútil pensar em ti, e nas condições em que vives, em que te moves, em que sobrevives.
Nunca mais ninguém te olhará com aquele calor e carinho nos olhos, que só um amor e amizade verdadeiros, podem demonstrar. Nem o mundo quer saber de ti, enquanto és erodido pela Natureza, pelo tempo, pelo mau carácter que fomentas-te.
Houve várias oportunidades para parares, e pensares bem no que te transformas-te, e houve ainda mais, para parares e recomeçares uma nova linha de comportamentos, pensamentos, atitudes...
Mas o tempo passou, e consequentemente, todos passaram por ti. Deixaram-te para trás como se fosse um jornal de ontem, molhado, sujo, desactualizado.
Aconteceu tudo isto, porque não ouviste quem devias, não seguiste quem amas e não protegeste quem conhecias. Agora o mundo envolveu-te numa onda de esquecimento, envolta em todas as más intenções que teces-te contra os teus, os outros, contra ti mesmo!
Os dias em que os sorrisos à tua volta eram verdadeiros passaram. Os dias em que as pessoas te falavam francamente sumiram, e até mesmo o teu cão prefere dormir lá fora, porque não reconhece o fedor do seu dono.
A puta da vida olhou-te nos olhos e ignoras-te o sabor, o cheiro, a luz dela, e agora, o teu empenho na sua procura, não chega. O amor e o arrependimento também não chegam, e o mundo nem sequer sonha em ter-te por perto.
Já ninguém quer saber de ti. Nem as estações do ano, que são infinitas, querem saber de ti.
Ficas-te sem nenhuma testemunha neste mundo, e por isso, não és absolutamente nada. nada.
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