terça-feira, 14 de junho de 2011

Cinema Brasileiro #1

Há dias que tenho gasto horas e horas à procura de argumentos, de fotografia, de cheiros de cinema sul americano.
Em tanta pesquisa acabei por tropeçar em longas, curtas, experiências fotográficas e até mesmo teatrais.
Por conhecer brasileiros, por ter viajado várias vezes ao Brasil, por ter familiares africanos que se apaixonam pela literatura e ficção brasileiros há muitos anos, sempre senti a queda do calor, da emoção, da franqueza na tela, na fotografia, na cor, na paixão.
Não me contentando com a pesquisa, tive de continuar, e tropecei em realidades ficcionais que me trouxeram a essência do cinema, da arte de representar, de transmitir com um olhar a sede de mil homens.. tudo isto num povo tão fascinante como o povo brasileiro.
Em debate com amigos, parece residir uma concordância, na decadência e repetição do cinema americano, onde os clichés, as piadas, o redundante, ficaram todos num espaço comum, pop, fraco na mais pura essência da sétima arte.
Como espectadores exigentes, que somos aqui, na vida, na arte, na busca da beleza, da verdade, não conseguimos encontrar esse retrato no cinema português também.
Tentei por vezes correlacionar a ficção portuguesa com a brasileira, e não há forma, nem costume, que os ligue.
Por mais de mil razões, o povo brasileiro, por não sentir o peso e a responsabilidade europeias, parecem possuir um controle emocional mais amplo, mais diverso, mais resolvido. Conseguem por gestos e segundos, sem grandes luzes, maquilhagens ou aparatos, demonstrar de que se resume a vida: de sentimentos.
Não há nada mais do que isso, que possamos demonstrar em frente a uma câmera, a um director de cinema, arte e fotografia. O que queremos, não é o sucesso, queremos sim a libertação de todas as nossas taras e iras no ecrã, através do corpo, do riso, do choro, do canto, do pranto...
Acredito, que um povo assim poderá reunir um vasto leque de problemas sociais, económicos, políticos, entre outros. Mas que com isso adquiriram indubitavelmente a arte de se expressar, de se expor, de mostrar o valor, que a nossa língua, que o ser humano, têm.
A paixão de hoje é pelo cinema. Sem cinema, não há nada!

1 comentário:

  1. para os mais interessados, vejam a longa-metragem "Histórias de amor duram apenas 90 minutos".
    Pode ser, que vos palpite algo na mente ;) Apaixonem-se comigo.

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