terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quarto de memórias

Hoje estive a arrumar o meu quarto. Está cheio de tralha o meu quarto.
Pensei nos meus amores, e nas cartas que guardo até mostrar aos meus filhos.
Recordei fotografias de velhos amigos, quando os nossos olhos eram leves,
e os sonhos eram utópicos.
Senti o cheiro de perfumes antigos, e li poemas de colegas, escritos secretamente entre aulas.
Vi o mais puro do meretrato mais belo da minha mãe, o u pai.
Pelo caminho de tanta arrumação, quase que desisti por encontrar tanto pó, tanto obstáculo.
A inércia passou por mim, olhou-me nos olhos cheios de amor pela vida, e não conseguiu penetrá-los.
O antigo amor, o amor de cartas, passou-me pela cabeça quase como um sonho distante.
A amizade e ternura, fizeram-se sentir no coração e distante no olhar.
Depois de 22 anos de pó, 22 anos de amor, ternura e amizade, encontrei-me mergulhada no
mais maravilhoso portefólio de experiências, de lembranças e saudosismos. Encontrei, o portefólio da minha vida!

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